Iniciamos este blog com a exortação do Papa São Pio X sobre a importância do ensino (e estudo) do catecismo, sem o qual, com a mentalidade liberal de hoje em dia, não é possível dar a devida importância à esta questão tão crucial que é a salvação de nossas almas.
Faremos publicações diárias e breves com base no Catecismo de São Pio X, para que possamos ler, meditar e gravar a Sã Doutrina em nossos corações.
Leiam, estudem, esforcem-se por conhecer a Verdade e abandonar o erro e a ilusão liberal, Nosso Senhor não abandona quem busca a Verdade e O ama acima de TODAS AS COISAS.
Aconselhamos a leitura da Carta Encíclia "Acerbo Nimis" que ficará disponibilizada no menu lateral.
Que este pequeno trabalho sirva para a maior honra glória de Deus e bem das almas!
Viva Cristo Rei!
CARTA ENCÍCLICA ACERBO NIMIS
Sobre o
Ensino do Catecismo.
aos
Veneráveis Irmãos Patriarcas, Primazes, Arcebispos, Bispos
e Mais Ordinários em Paz e Comunhão com a Santa Sé Apostólica:
Sobre o Ensino do Catecismo.
e Mais Ordinários em Paz e Comunhão com a Santa Sé Apostólica:
Sobre o Ensino do Catecismo.
PAPA PIO
X
Veneráveis
Irmãos:
Saúde e
Bênção Apostólica.
1. Pelos
inescrutáveis desígnios de Deus fomos elevados de nossa pequenez ao cargo de
Supremo Pastor do Rebanho de Cristo, em dias bem críticos e amargos,
pois o antigo inimigo anda em redor deste Rebanho e lhe arma laços em tão
pérfida astúcia, que hoje, principalmente, parece haver-se
cumprido aquela profecia do Apóstolo aos anciãos da Igreja de Éfeso: “Sei
que… vos hão de assaltar
lobos vorazes, que não
pouparão o Rebanho” (At
20,29).
Dos males
que afligem a Religião não há quem, animado de zelo pela Glória divina,
deixe de investigar as causas e razões, acontecendo que, como as
encontra cada qual diversas, proponha diferentes meios, de acordo
com a sua opinião pessoal, para defender e restaurar o Reino de Deus na Terra.
Não
proscrevemos, Veneráveis Irmãos, os pareceres alheios, mas
estamos com os que pensam que esta depressão e debilidade das almas, de que derivam os maiores males, provêm, principalmente,
da ignorância das Coisas Divinas.
Esta
opinião concorda inteiramente com o que o Deus mesmo declarou pelo Profeta
Oséias: “Não há conhecimento de Deus na Terra. A maldição e a mentira,
e o homicídio e o roubo e o adultério tudo inundaram; o sangue junta-se ao sangue e por
causa disto a Terra se cobrirá de luto e todos os seus moradores desfalecerão” (Os 4,1-3).
NECESSIDADE
DA INSTRUÇÃO
2.
Quão fundadas são, desgraçadamente, estas lamentações,
hoje, que existe tão crescido número de pessoas, entre o Povo
Cristão, que ignoram totalmente as coisas que é mister conhecer para
conseguir a Salvação Eterna!
Ao dizer –
Povo Cristão – não nos referimos somente à plebe, ou às classes
inferiores – às quais servem de escusa o acharem-se com frequência
submetidas a homens tão duros que lhes não deixam tempo nem para cuidar de si
mesmas, nem das coisas que se referem à sua alma – mas e
principalmente falamos daqueles aos quais não falta entendimento nem
cultura e até se mostram dotados de profana erudição, apesar de que em coisas de Religião vivem da maneira mais
temerária e imprudente que imaginar se possa.
Dificílimo
seria ponderar a espessura das trevas que os envolvem e – o que mais triste é – a tranquilidade com que nelas permanecem!
De Deus,
Soberano Autor e Moderador de todas as coisas, e da Sabedoria da Fé
Cristã não se preocupam, de forma que verdadeiramente nada sabem da Encarnação do Verbo de Deus, nem da Perfeita Restauração do
Gênero Humano, por Ele
consumada; nada sabem acerca da Graça, principal auxílio para alcançar os
Bens Eternos; nada, acerca do Augusto Sacrifício
nem dos Sacramentos,
mediante os quais conseguimos e conservamos a Graça.
Quanto ao pecado, não
conhecem sua malícia nem o opróbrio que consigo traz, de sorte que não põem o menor cuidado em evitá-lo ou expiá-lo, e chegam ao Dia Extremo em disposição tal que,
para não os deixar sem qualquer Esperança de Salvação, o Sacerdote se vê
constrangido a aproveitar os derradeiros instantes de vida para sumariamente
lhes ensinar Religião, ao invés de empregá-los principalmente,
conforme conviria, em movê-los a afetos de Caridade; isto
quando não sucede que o moribundo sofra de tão culpável ignorância que tenha
por inútil o auxílio do Sacerdote e resolva tranquilamente franquear os Umbrais
da Eternidade sem haver prestado a Deus conta dos seus pecados.
Por isso,
o Nosso Predecessor Bento XIV justamente escreveu: “Afirmamos que a maior parte dos condenados às penas eternas padece sua perpétua
desgraça por ignorar os Mistérios da Fé, que necessariamente se devem conhecer e crer, para ser contado no número dos
eleitos” (Instit.
XXVII, 18).
3.
Sendo assim, Veneráveis Irmãos, que há de surpreendente,
pergunto, em que a corrupção dos costumes e sua depravação sejam tão
grandes e cresçam diariamente, não digo nas nações bárbaras, mas
até nos próprios Povos que ostentam o nome de Cristãos?
Com razão dizia o Apóstolo São Paulo,
escrevendo aos Efésios: “A
fornicação e toda espécie de impureza ou avareza nem sequer se nomeie entre vós, como convém a Santos; nem palavras torpes, nem chocarrices” (Ef 5,3-4).
Como
fundamento deste Pudor e Santidade, com os quais se moderam as
paixões, determinou a
Ciência das Coisas Divinas: “E assim, cuidai, irmãos, em andar com Prudência; não como insensatos, mas como circunspectos… Portanto, não sejais imprudentes, mas considerai qual é a Vontade
de Deus” (Ef 5, 15.17).
Sentença
justa; porque a vontade humana apenas conserva algum resto daquele amor
à honestidade e à retidão, inspirados ao homem por Deus, seu
Criador, amor que o impelia para um bem, não velado por sombras,
mas claramente visto. Mas, depravada pela corrupção do pecado original e esquecida de Deus, seu Gerador, a vontade
humana inclina-se a amar a
vaidade e a procurar a mentira.
Extraviada
e cega pelas más paixões,
necessita de um guia que lhe mostre o caminho para que retome as Veredas da
Justiça, que desgraçadamente abandonou.
Este guia,
que não é preciso buscar fora do
homem, e de que a
natureza o proveu, é a própria razão; mas se à razão falta aquela
luz, irmã sua, que é a Ciência das Coisas Divinas, sucederá que um cego guiará
outro cego e ambos cairão no abismo.
O Santo
Rei Davi, glorificando a Deus por esta Luz da Verdade que havia
infundido na razão humana, dizia: “A luz do Vosso rosto, Senhor, está
impressa em nós”. E indicava o efeito desta comunicação da Luz,
acrescentando: “Infundistes a alegria em meu coração”
(Sl 4, 6-7).
Excerto
da Carta Encíclica Acerbo Nimis
São Pio X
(grifos nossos)
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